22/11/2008
Encontrei Bruxelas cinzenta, muito fria, húmida e maldisposta. O meu cantinho aqui é contudo um pequeno paraíso no meio de uma tempestade de neve. Faz-me lembrar o espaco e luz de uma certa "salle de jeux" em Geneve. Por aqui preparo a logística para a viagem de Segunda-Feira, beberico em leite achocolatado Belga e recupero do intenso trabalho de escritório da passada semana que me teimou em acordar todos os dias exactamente aos dois minutos para as oito.
17/11/2008
Madrid deixa-me cansado à noite, com dias a passar rápido. Deixa-me contudo também traços daquele Urso, a Caixa do Herzog, os mais avançados homens-estátua da Europa, um bocadinho de comida peruana e gente, muita gente ao fim de semana. Das coisas mais presentes nestes dias têm sido as filas intermináveis ao pé do Museo do Jamón com centenas de pessoas à espera para comprar um bilhete de lotaria para o "el gordo". Por mim eu já sei o que quero pelo Natal, e não é o el gordo...
10/11/2008
Parece que entre Setembro e o início de Novembro de 2008 passou uma década. Tal foi a intensidade, a variedade de actividades, o sem-conta de lugares visitados, apoderados, o número de pessoas novas, conhecidas e reconhecidas, acontecimentos inesperados, planos tracejados, esforços recompensados, desafios avaliados, ponderados e aceites.
Ao chegar a Genebra, os olhos ficam imediatamente hipnotizados pelo luxo, empolando-o fora de proporção. A ostentação existe mas qualquer flanêur que se preze deve ter cuidado. Genebra é uma cidade amaldiçoada pelo ouro e chocolate que a encobre e que nem sempre deixa ver muitas das outras coisas e histórias interessantes que tem. Lausana ri-se de Genebra, é mais relaxada, mais low-profile. Faz o seu desporto, vai às suas galerias de arte e vai dando as suas achegas sem o fogo de vista da sua vizinha. Preocupa-se com o seu bem-estar e acima de tudo com o seu coração histórico e moderno agora a ser renovado.
Depois veio a casa - "La maison de Cedres" à beira da zona com o melhor fim do dia do lago Léman - A maison de Cédres encerra pessoas especiais. Alberga pequenas famílias que vão interagindo volu- e involuntariamente. A casa diverte-se com pequenas experiências sociológicas com vista a demonstrar como ninguém é igual a nada nem a ninguém e muita gente muda muito á medida que muito se vive muito junto. Neste momento devo dizer sinceramente que adoro toda a gente no último andar à direita, do segundo edíficio do complexo da Cedres (do ponto de vista de quem está virado para o lago Léman).
Gentes diferentes e bichos protegidos numa pequena região urbana natural protegida para sapos e pequenos animais de zonas húmidas em volta das residências. No topo da segunda torre do complexo a máquina de cozinhar é o motor e alma da casa. Extremamente bem oleada, é dela que depende toda a vida dos habitantes. De manhã a torradeira dá sinal à chaleira eléctrica para se preparar para o "cháleite". Ao almoço uns douradinhos, peixes verdes do mar ou bifinhos de frango abraçados por cus cus vêm antes do café da máquina resmungona vermelha. Á tarde, logo que "já está na hora de comer" uns croque-messieurs, ou talvez, num dia especial, tomatinhos bebés almofadados por mozzarela calva com basílico e azeite abrem caminho para o coup de grace dos pratos da máquina de cozinhar- o gratinado.
Na Cedres, a meio da tarde lá se encontra tempo para se ir ganhar um joguito de 3x3 contra estranhos adversários rotativos no campo alto ou então vai-se às compras para carregar as baterias da máquina de comer. Talvez à noite se tracem umas linhas no autocad, escrevam uns mails, se preparem umas entrevistas, se estudem uns gráficos ou se leiam uns textos. Depois é hora do último leite com chocolate e de se combinar as horas nunca iguais dos despertadores.
Os fins de semana trazem muitas vezes expedições. A Genebra, a Berna, Basileia, Mendrizio, Bellinzona. Cada expedição é como uma pequena vida, com começo, meio e fim. Pontos de entusiasmo, novidade, concretização, segurança, realização, desilusão e por fim de regresso. Todas as expedições nos deram pelo menos um pequeno livro de 12 páginas para escrever embora nunca o tenhamos feito. Tanta coisa que devia ser escrita fica por escrever...
Ao chegar a Genebra, os olhos ficam imediatamente hipnotizados pelo luxo, empolando-o fora de proporção. A ostentação existe mas qualquer flanêur que se preze deve ter cuidado. Genebra é uma cidade amaldiçoada pelo ouro e chocolate que a encobre e que nem sempre deixa ver muitas das outras coisas e histórias interessantes que tem. Lausana ri-se de Genebra, é mais relaxada, mais low-profile. Faz o seu desporto, vai às suas galerias de arte e vai dando as suas achegas sem o fogo de vista da sua vizinha. Preocupa-se com o seu bem-estar e acima de tudo com o seu coração histórico e moderno agora a ser renovado.
Depois veio a casa - "La maison de Cedres" à beira da zona com o melhor fim do dia do lago Léman - A maison de Cédres encerra pessoas especiais. Alberga pequenas famílias que vão interagindo volu- e involuntariamente. A casa diverte-se com pequenas experiências sociológicas com vista a demonstrar como ninguém é igual a nada nem a ninguém e muita gente muda muito á medida que muito se vive muito junto. Neste momento devo dizer sinceramente que adoro toda a gente no último andar à direita, do segundo edíficio do complexo da Cedres (do ponto de vista de quem está virado para o lago Léman).
Gentes diferentes e bichos protegidos numa pequena região urbana natural protegida para sapos e pequenos animais de zonas húmidas em volta das residências. No topo da segunda torre do complexo a máquina de cozinhar é o motor e alma da casa. Extremamente bem oleada, é dela que depende toda a vida dos habitantes. De manhã a torradeira dá sinal à chaleira eléctrica para se preparar para o "cháleite". Ao almoço uns douradinhos, peixes verdes do mar ou bifinhos de frango abraçados por cus cus vêm antes do café da máquina resmungona vermelha. Á tarde, logo que "já está na hora de comer" uns croque-messieurs, ou talvez, num dia especial, tomatinhos bebés almofadados por mozzarela calva com basílico e azeite abrem caminho para o coup de grace dos pratos da máquina de cozinhar- o gratinado.
Na Cedres, a meio da tarde lá se encontra tempo para se ir ganhar um joguito de 3x3 contra estranhos adversários rotativos no campo alto ou então vai-se às compras para carregar as baterias da máquina de comer. Talvez à noite se tracem umas linhas no autocad, escrevam uns mails, se preparem umas entrevistas, se estudem uns gráficos ou se leiam uns textos. Depois é hora do último leite com chocolate e de se combinar as horas nunca iguais dos despertadores.
Os fins de semana trazem muitas vezes expedições. A Genebra, a Berna, Basileia, Mendrizio, Bellinzona. Cada expedição é como uma pequena vida, com começo, meio e fim. Pontos de entusiasmo, novidade, concretização, segurança, realização, desilusão e por fim de regresso. Todas as expedições nos deram pelo menos um pequeno livro de 12 páginas para escrever embora nunca o tenhamos feito. Tanta coisa que devia ser escrita fica por escrever...
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