Os Viseenses
chegaram sob pressão ao Estádio Engenheiro Carlos Salema - penúltimos na
Segunda Liga e com a figura principal, o central Claudio, ainda de fora
lesionado.
Como era sua
obrigação, o Académico começou controlador, com mais posse de bola do que os da
casa, actuais terceiros classificados da Série G do campeonato nacional de
séniores.
Porém, com
Ouattara e Luisinho nas alas e o ponta de lança Diogo Alves algo solitário,
criaram poucas chances na primeira parte, à excepção de um livre de
Leonel.
“Mais que um
clube,” lê-se na cobertura do Estádio do Oriental, o mesmo lema que está
gravado na casa do Barcelona em Camp Nou.
A imagem de
marca do Oriental pode não ser o ‘tiki taka’ de ‘La Masia’ mas os blaugrana de
Marvila foram sempre uma equipa muito aguerrida e aplicada que, com uma eficaz
pressão alta, deram pouco espaço ao meio campo Academista.
E foram
recompensados cinco minutos antes do intervalo, num contra-ataque veloz.
Sebastião Nogueira puniu um mau alívio de cabeça da defesa do Académico com um irrepreensível
volley de primeira para o 1-0.
Insatisfeito, o
treinador Filipe Moreira substituiu Ouattara e Capela por Marco Lança e Zé
Rui no intervalo e na segunda parte só deu Académico, que se instalou
definitivamente no campo do adversário.
Luisinho
destacou-se, disparando com estrondo contra a trave e um pouco depois contra o
poste.
Num lance que simbolizou o espírito guerreiro do Académico, Bruno Loureiro, ao tentar manter uma bola bombeada dentro das quatro linhas, embateu sonora e violentamente contra o muro de betão que se encontrava a um metro de distância das linhas laterais.
Apesar da preocupação geral, Loureiro recuperou depois da assistência médica e lá conseguiu terminar a partida.
O Oriental manteve
a disciplina táctica durante todo o jogo e parecia encaminhado para a vitória
quando, com o cerca de um milhar dos seus adeptos de pé prontos a celebrar a
qualificação, o Académico ganhou um livre perigoso à entrada da área já em
tempo de desconto profundo.
Cafu foi o
herói quando atacou a bola e chegou primeiro a uma defesa incompleta do guarda
redes do Oriental Marco Botelho, empurrando à boca da baliza para a loucura dos
jogadores e do banco do Académico.
A partir daí, o
sangue aqueceu numa agradável tarde de Outono num recinto que oferece
uma picturesca vista sobre o Tejo.
Carlos Alves do
Oriental levou vermelho directo por protestos depois do empate e nos primeiros
instantes do prolongamento Zé Rui também foi expulso por uma alegada
cotovelada, ficando 10 contra 10 na última meia hora.
O Oriental pressionou
mais nos últimos minutos, desperdiçando vários cantos e um golo fácil por
intermédio de Mauro Bastos.
O possante
avançado de 34 anos aproveitou uma infantilidade da fatigada defesa do
Académico, ganhou três ressaltos consecutivos, e apareceu cara-a-cara com o
guarda redes Ricardo Janota mas rematou fraco e à figura, para desespero total dos
adeptos da casa.
Ainda estava a
multidão de mãos na cabeça quando soou o apito a anunciar as penalidades.
Com todos os
jogadores abraçados ombro-a-ombro no meio campo e com o Oriental a enviar o
primeiro penalty contra o poste, os Academistas fizeram um trabalho
irrepreensível da marca de nove metros.
Destaque para o
defesa esquerdo Marco Lança que não marcava um golo desde os juniores e
celebrou o seu penalty de forma peculiar, parando e erguendo os dois braços em
jeito de desafio, como que anunciando a estocada final que aí vinha.
Foi João
Martins, que lutou muito no meio campo durante todo o jogo, que a desferiu,
dando alas à correria, aos abraços e à festa. Esqueçam as noites de Champions, o futebol é taça.
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