19/11/2016

Porto da minha infância

Manoel de Oliveira, 2001

Uma homenagem excepcional, de facto. Autobiográfico, belo, pessoal e saudosista. O Porto antigo gravado gravado em histórias e fragmentos visuais. O Porto burguês, mas cru em que Manoel cresceu. E a hilariante cena do ladrão simpático.

Jiro dreams of sushi

David Gelb, 2011

Como é que a total obsessão pelo trabalho se pode tornar em algo tão belo, tão nobre, delicioso e profundo. Jiro Ono é exemplar, metódico, avassalador, feliz, mas algo de trágico também transparece na dificuldade e obsessão de procurar confeccionar o sushi perfeito.

The Grand Budapest Hotel

Wes Anderson, 2014
Stefan Zweig (inspirado)
Com Ralph Fiennes

Corropio de simetrias, loucuras e personagens calorosas e de enorme empatia. Um mundo de adultos, sofisticado, como que imaginado pelas melhores partes da mente de uma criança.

História que avança a forte ritmo mas, acima de tudo, um deleite visual de cores fortes e atenção aos pormenores.

16/11/2016

À flor do mar

João César Monteiro
1986
Laura Morante, Philip Spinelli

Fotografia estonteante, pura, carregada. Que luz! Robert Jordan veio de Hemingway directamente para uma simples história de Verão e praia de Portugal. Trágica e feliz. Aparentemente João César propos despedir-se, por insatisfação. Gostava de saber porquê.

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Zululuzu

2016, Teatro São Luíz
Com Pedro Zegre Penim, André Teodósio

Não está ao nível dos brilhantes Eurovision, Tropa Fandanga, Tear Gas e Padam Padam. Diverte sim, mas parece que se perdeu na metacrítica em demasia, nos debates e lutas de egos que escapam aos que não pertencem ao meio. Algo não encaixa como encaixou.

The intern

2015, Nancy Meyers
Robert de Niro, Anne Hathaway, Rene Russo

Tão leve que voa. De Niro é um perfeito senhor. Talento desperdiçado nesta história cor-de-rosa que se digere com facilidade.

Belarmino

1964, Fernando Lopes

Cru e surpreendente, o Belarmino tem toda a vida do mundo nele e toda a mágoa também. Um fanfarrão vadio, pobre e todo-poderoso. Um Mayweather português, mas com muito mais nível. Pobre, engatatão e obstinado.

- Estive dois meses no Porto. Fiz cinco combates dos quais só recebi um par de sapatos já em segunda mão. Uma gabardine custou-me 900 escudos. E deu-me no dia de Natal 150 escudos para ir passar o Natal com a minha família.

- Sei que queres ir trabalhar para o estrangeiro, mas tu és um homem de Lisboa, não vais sentir saudade da cidade?
- Sim, muitas (...).
- Então porque vai trabalhar para o estrangeiro? 
- Porque boxing em Portugal não há, e eu vou para o estrangeiro apenas para ser treinador ou jogar boxe. Só vou para dar porrada, porque levar já não posso. Já não tenho idade, tenho 32 anos.

- Não há engenheiros e arquitectos que vão para o desporto e levam porrada na cabeça por gosto. São homens como eu, vadios.

14/11/2016

Daytripper

Fábio Moon e Gabriel Bá, 2011

Tanta morte e tragédia, de forma tão sublimemente desenhada e escrita que não se tornam nada mais que uma ode à vida e ao que tantas vezes nos esquecemos de procurar nela.


Rio de Ouro

Paulo Rocha, 1998
Lima Duarte, Isabel Ruth

Paulo Rocha é um artista das imagens, da fotografia. Capturou Portugal como poucos. A guarda-freio talvez seja um bom exemplo do louco e invejoso lado negro da nossa nação.

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Mudar de Vida

Paulo Rocha, 1967

Era Maria Barroso. Só percebi a meio. Cenas incríveis de pescaria. O trabalho sempre um tema central de Paulo Rocha. Mais uma obra de arte.

Gosto muito da cena em que apanha madeira.

Silvestre

João César Monteiro, 1981
Maria de Medeiros, Teresa Madruga, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva Melo

Maria de Medeiros, lançada aos lobos, corta as mãos de pesadelos e de estranhos diabos. Um sonho assustado e mais uma delicada viagem por trás-os-montes.
Festival de Veneza - Selecção Oficial


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Veredas

João César Monteiro, 1977

Trás-os-Montes sonhado, desenhado a camera de filmar. Em que os habitantes vão sobrevivendo explorados por senhores e Deuses.