29/01/2017

Blade Runner

1982, Ridley Scott
Com Harrison Ford

Fabuloso mundo neo-punk distópico. Mais que os actores, os ambientes e os cenários são estonteantes. Curioso como o mundo de 2019 será concerteza tão distante deste desenho, muito mais parecido com o de 1982 do que se imaginaria. Mas a história é na verdade sobre a pergunta: será que os andróides sonham com ovelhas eléctricas?

Pelo andar da carruagem, já estive mais longe de acreditar que o replicante Modelo Nexus-6 Leon Kowalkski terá a sua incepção a 10 de Abril de 2017.

28/01/2017

Snowden

2016, Oliver Stone
Com Joseph Gordon-Levitt

Black Mirror gigante. Paranoia real e justificada? Pária corajoso. Herói global? Devemos começar todos a colar fita cola nos PCs? Será que algo mudou?

18/01/2017

Jodorowski's Dune

Frank Pavich, 2014

Singela homenagem ao maior filme que nunca foi feito. Dali ia participar. Os anos de trabalho de Alejandro Jodorowsky, que reuniu uma equipa em Paris. A bonita dor de um sonho incompleto. Impressionante storyplay e impressionante legado, basta ver Star Wars e  Alien.


17/01/2017

The arrival

Denis Villeneuve, 2016
Com Amy Adams

Não é um filme sobre extraterrestres, é um filme sobre linguagem. Sobre os limites da linguagem que aprendemos. Sobre os limites que esquecemos. A heroína é uma especialista em línguas. É interrompida quando está prestes a dar uma aula sobre português. Visualmente estonteante e delicado.

07/01/2017

A lei do mercado

2015, Stéphane Brizé
com Vincent Lindon

Consciência, ética e dignidade a embaterem contra as forças que impelem e movem as relações laborais de hoje.

Família, amigos, colegas e a simples vontade de fazer a coisa certa.

Uma horrorosa entrevista via Skype. Torna-se segurança. Confronta o roubo de pontos de um cartão de fidelidade, de carne para comer. E agonia.

Scott Foundas chamou-lhe o Tom Joad do Séc. XXI.

Reality

Matteo Garrone, 2012

Aniello Arena é brilhante. E que história a dele. A servir pena perpétua, condenado pelo assassinato de três membros de um grupo de máfia rival. Esta não é a personagem. É mesmo ele. Aniello recebeu a graça de sair da cadeira para rodar o filme. 

Retrata a intoxicação dos 'reality shows' nas nossas vidas, numa pequena comunidade, com algo inicialmente inócuo e cómico a transformar-se em paranóia, obsessão e loucura geral.

A atmosfera cómico-surrealista de Nápoles, de culto da morte é esta: 
"When Napoli first won the Seria A Italian championship with Maradona in 1987, graffiti appeared on a cemetery wall: "You Don't Know What You Missed." Next day, someone painted a reply: "How Do You Know We Missed It?"

"It's ironic," Aniello Arena observes in an interview to the Guardian's Ed Vulliamy, "that it's a film about being surveyed 24 hours a day, and that I'm supposed to be a prisoner. But I'm less of a prisoner than those people on television, and they go because they want to! To go on that schifezza [rubbish]."

"That," adds Punzo, "is what life has become: the exultation of mediocrity. The message today is: this is your life, don't try and leave it, and if you do – we'll watch and control your aspirations."

Uma foto publicada por Daniel Alvarenga (@dgalvarenga) a

01/01/2017

Benjamin Clementine

1 Junho 2016,  Coliseu dos Recreios

Que poder. Algo incrivelmente novo e avassalador. Íntimo e transcendente como a sua história. Rendição otal. Será que para o resto da minha vida serei forçado ao bloqueio das visão por mãos com telemóveis a filmarem e estúpidos flashes que destroem concertos e comunhão?