09/04/2008

Já há muitos anos que não vivia tanto tempo em Viseu. A cidade aparece nestes dias molhada, cinzenta mas, ainda assim, invariavelmente acolhedora e minha. São espaços familiares, orgânicos para mim ao extremo. Quando por aqui estou recebo implantes biónicos para os meus cinco sentidos. É como eu passasse a ver por intermédio do meu jardim, ouvir pelos saltos que dou entre as 4 pedras da Praça de Goa, a falar com o bater da porta ôca de madeira da cozinha, a cheirar graças ao mofo mais querido do meu sótão e a tactear o mundo pelas patas do Mateus. Sou este lugar e este lugar sou eu.