26/10/2014

Os homens que odeiam as mulheres

Stieg Larsson, 2005, 18ª edição - 2013 - pela Oceanos, do Grupo Leya

Este não é um policial de crime quarto fechado, é de ilha mais ou menos fechada. Stieg Larsson desenha e desenrola o mistério com classe e ritmo extremo. Um thriller-mistério, também crítica da violência sobre as mulheres e com um laivo da sua costela de académico especialista em movimentos de extrema direita na Europa. Irritou-me Blomkvist ter ido sozinho atrás do senhor suspeito depois de andar a levar tiros de caçadeira. Gostei da Austrália, dos muitos cafés em casa das pessoas e da investigação pelas fotografias.

Film, David Fincher, 2011
Com Daniel Craig, Rooney Mara
Parece que a parte final foi alterada, simplificada e logo uma das partes sobre a qual eu tinha, visualmente, mais interesse. Nem um cheirinho de Austrália. Gosto do trabalho de Rooney Mara mas Lisbeth é menos gira do que eu a imaginava apesar de, no livro, terem dito que não era bonita. O livro é melhor.

Built on glass

Chet Faker, 2014, Future Classic, Imagem
Direcção arte Tin&Ed

Deixa a mente correr lenta e ritmadamente por aí. Um branco ligeiramente acizentado, tendencialmente puro e limpo como quero a minha vida.
R&B e electrónica, um 'spin-off' de Chet Baker que canta sobre o sentimento de um Domingo preguiçoso? Sim, por favor.
Saxofone e electrónica, uma voz de constante, calma despedida. Serenidade.



I am sitting in a room different from the one you are in now

João Fiadeiro, 3 de Outubro de 2014, Atelier Real
Baseado em trabalho sonoro de Alvin Lucier

Catártico e inesperadamente fácil de gostar. Este mundo da composição em tempo real é mais fácil de viver que de explicar. Uma cadeira, uma fotocopiadora Canon, e bastante fita cola. O João, a sua voz em busca de si, vai-se desdobrando, experimentando versões até desaparecer numa pré-anunciada prisão de papel.

10/10/2014

Futebol Muji

Um japonês, com um caderno da Muji, desenhou jogadas do jogo em pequenos rectângulos invadidos por setas com o movimento dos jogadores. Outro homem, forte no elevador, tem uma mochila com uma grande antena e, ao descermos, ouve-se a rádio baixinho. Adeptos entram a meio da viagem, malcheirosos e bem dispostos.

Antes da conferência de imprensa ouve-se o leve bater das teclas e  murmúrios. Todos os olhos focam no 'steward' quando vem à porta. À entrada, estava a barriguinha do Dani e uns sapatos castanhos impecáveis.

Uma estagiária, inchada e perdida, move-se rápida e nervosamente. Olha em volta, desconfiada. Um relógio de parede branco, descentrado, torto, encosta o seu plástico pouco convictamente, olhando invejosamente a perfeita simetria de cores e logos dos patrocinadores: Heineken, Unicredit, TVI, PS4, Gazprom, Mastercard, Adidas. Foto 537.

"Now we can control our destiny" - José Mourinho

Sporting 0 v 1 Chelsea veludo
Nemanja Matic: cabeçeamento-balão
30 Set

OK computer

Radiohead, 1997, Parlophone

'Hey man slow down. Idiot slow down'.

Um dos álbums com o qual tive das maiores sensações de crescer na limitada habilidade de compreender toda a irracional complexidade à nossa volta.

Sublime crítica da ascenção da sociedade consumista, consumada e impessoal desde o final dos anos 90.

"The breath of the morning I keep forgetting. The smell of the warm summer air. I live in a town where you can't smell a thing, you watch your feet for cracks in the pavement"

"Up above aliens hover making home movies for the folks back home, of all these weird creatures who lock up their spirits, drill holes in themselves and live for their secrets".

www.radiohead.com "This is our website which we maintain as and when we feel like it. We hope you are ok. Thank you for listening."