14/07/2013

Anima Sana

Num calor tórrido, enganou-se nas sapatilhas. Alterou-se o plano. A viagem fez-se antes. Até à anima sana in corpore sano não se chega pelo caminho mais curto. Acaba-se numa zona de blocos industriais e residencias abandonados, ladeados por casinhas de lata. Por fim, o muro amarelo e a ponte gigante, o lugar do arco lá ao fundo.

Fala-se de férias e de excessos de zelo. A escolha é óbvia e para ser imediatamente testada, devorada, glorificada. Numa brasa de meia noite, a dôr, a fraqueza a sair do corpo custa. Mas a recompensa é estranha e sublime. Leve como uma pluma, estável como um cometa.

Noutro serão, um nevoeiro quente embateu-se sobre o Tejo e a nova velocidade deixa os perfumes e saltos altos desconfortáveis a deslocar-se a ritmo aborrecido de caracol. O objectivo é distância irrespectivamente da velocidade. Para além das matilhas ocasionais de ciclistas-coruja, e tendo em conta a grande quantidade de gente que por ali vive, há poucos que disfrutam daquele lugar óbvio. Os que o fazem paracem casais distraídos.

Numa outra manhã o caminho é ocasionalmente perfeito. E um futuro ideal imaginado cumprimenta-nos no caminho. A rua é o nosso ginásio.

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