20/10/2013

Oriental 1 Académico de Viseu 1 (3-5 pen)

3a Jornada da Taça de Portugal MARVILA, Out. 20 - O Académico de Viseu empatou no último lance da segunda parte e depois manteve o sangue frio nos penalties para quebrar uma bem organizada formação do Oriental, num intenso embate da III jornada da Taça de Portugal este Domingo.

Os Viseenses chegaram sob pressão ao Estádio Engenheiro Carlos Salema - penúltimos na Segunda Liga e com a figura principal, o central Claudio, ainda de fora lesionado.  

Como era sua obrigação, o Académico começou controlador, com mais posse de bola do que os da casa, actuais terceiros classificados da Série G do campeonato nacional de séniores.

Porém, com Ouattara e Luisinho nas alas e o ponta de lança Diogo Alves algo solitário, criaram poucas chances na primeira parte, à excepção de um livre de Leonel.

“Mais que um clube,” lê-se na cobertura do Estádio do Oriental, o mesmo lema que está gravado na casa do Barcelona em Camp Nou.

A imagem de marca do Oriental pode não ser o ‘tiki taka’ de ‘La Masia’ mas os blaugrana de Marvila foram sempre uma equipa muito aguerrida e aplicada que, com uma eficaz pressão alta, deram pouco espaço ao meio campo Academista.
 
E foram recompensados cinco minutos antes do intervalo, num contra-ataque veloz. Sebastião Nogueira puniu um mau alívio de cabeça da defesa do Académico com um irrepreensível volley de primeira para o 1-0.

Insatisfeito, o treinador Filipe Moreira substituiu Ouattara e Capela por Marco Lança e Zé Rui no intervalo e na segunda parte só deu Académico, que se instalou definitivamente no campo do adversário.

Luisinho destacou-se, disparando com estrondo contra a trave e um pouco depois contra o poste.

Num lance que simbolizou o espírito guerreiro do Académico, Bruno Loureiro, ao tentar manter uma bola bombeada dentro das quatro linhas, embateu sonora e violentamente contra o muro de betão que se encontrava a um metro de distância das linhas laterais.

Apesar da preocupação geral, Loureiro recuperou depois da assistência médica e lá conseguiu terminar a partida.

O Oriental manteve a disciplina táctica durante todo o jogo e parecia encaminhado para a vitória quando, com o cerca de um milhar dos seus adeptos de pé prontos a celebrar a qualificação, o Académico ganhou um livre perigoso à entrada da área já em tempo de desconto profundo.

Cafu foi o herói quando atacou a bola e chegou primeiro a uma defesa incompleta do guarda redes do Oriental Marco Botelho, empurrando à boca da baliza para a loucura dos jogadores e do banco do Académico.

A partir daí, o sangue aqueceu numa agradável tarde de Outono num recinto que oferece uma picturesca vista sobre o Tejo.

Carlos Alves do Oriental levou vermelho directo por protestos depois do empate e nos primeiros instantes do prolongamento Zé Rui também foi expulso por uma alegada cotovelada, ficando 10 contra 10 na última meia hora.

O Oriental pressionou mais nos últimos minutos, desperdiçando vários cantos e um golo fácil por intermédio de Mauro Bastos.

O possante avançado de 34 anos aproveitou uma infantilidade da fatigada defesa do Académico, ganhou três ressaltos consecutivos, e apareceu cara-a-cara com o guarda redes Ricardo Janota mas rematou fraco e à figura, para desespero total dos adeptos da casa.

Ainda estava a multidão de mãos na cabeça quando soou o apito a anunciar as penalidades.

Com todos os jogadores abraçados ombro-a-ombro no meio campo e com o Oriental a enviar o primeiro penalty contra o poste, os Academistas fizeram um trabalho irrepreensível da marca de nove metros.

Destaque para o defesa esquerdo Marco Lança que não marcava um golo desde os juniores e celebrou o seu penalty de forma peculiar, parando e erguendo os dois braços em jeito de desafio, como que anunciando a estocada final que aí vinha.

Foi João Martins, que lutou muito no meio campo durante todo o jogo, que a desferiu, dando alas à correria, aos abraços e à festa. Esqueçam as noites de Champions, o futebol é taça.

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