3a Jornada da Taça de Portugal MARVILA, Out. 20 - O Académico de
Viseu empatou no último lance da segunda parte e depois manteve o sangue frio
nos penalties para quebrar uma bem organizada formação do Oriental, num intenso
embate da III jornada da Taça de Portugal este Domingo.
Os Viseenses
chegaram sob pressão ao Estádio Engenheiro Carlos Salema - penúltimos na
Segunda Liga e com a figura principal, o central Claudio, ainda de fora
lesionado.
Como era sua
obrigação, o Académico começou controlador, com mais posse de bola do que os da
casa, actuais terceiros classificados da Série G do campeonato nacional de
séniores.
Porém, com
Ouattara e Luisinho nas alas e o ponta de lança Diogo Alves algo solitário,
criaram poucas chances na primeira parte, à excepção de um livre de
Leonel.
“Mais que um
clube,” lê-se na cobertura do Estádio do Oriental, o mesmo lema que está
gravado na casa do Barcelona em Camp Nou.
A imagem de
marca do Oriental pode não ser o ‘tiki taka’ de ‘La Masia’ mas os blaugrana de
Marvila foram sempre uma equipa muito aguerrida e aplicada que, com uma eficaz
pressão alta, deram pouco espaço ao meio campo Academista.
E foram
recompensados cinco minutos antes do intervalo, num contra-ataque veloz.
Sebastião Nogueira puniu um mau alívio de cabeça da defesa do Académico com um irrepreensível
volley de primeira para o 1-0.
Insatisfeito, o
treinador Filipe Moreira substituiu Ouattara e Capela por Marco Lança e Zé
Rui no intervalo e na segunda parte só deu Académico, que se instalou
definitivamente no campo do adversário.
Luisinho
destacou-se, disparando com estrondo contra a trave e um pouco depois contra o
poste.
Num lance que simbolizou o espírito guerreiro do Académico, Bruno Loureiro, ao tentar manter uma bola bombeada dentro das quatro linhas, embateu sonora e violentamente contra o muro de betão que se encontrava a um metro de distância das linhas laterais.
Apesar da preocupação geral, Loureiro recuperou depois da assistência médica e lá conseguiu terminar a partida.
O Oriental manteve
a disciplina táctica durante todo o jogo e parecia encaminhado para a vitória
quando, com o cerca de um milhar dos seus adeptos de pé prontos a celebrar a
qualificação, o Académico ganhou um livre perigoso à entrada da área já em
tempo de desconto profundo.
Cafu foi o
herói quando atacou a bola e chegou primeiro a uma defesa incompleta do guarda
redes do Oriental Marco Botelho, empurrando à boca da baliza para a loucura dos
jogadores e do banco do Académico.
A partir daí, o
sangue aqueceu numa agradável tarde de Outono num recinto que oferece
uma picturesca vista sobre o Tejo.
Carlos Alves do
Oriental levou vermelho directo por protestos depois do empate e nos primeiros
instantes do prolongamento Zé Rui também foi expulso por uma alegada
cotovelada, ficando 10 contra 10 na última meia hora.
O Oriental pressionou
mais nos últimos minutos, desperdiçando vários cantos e um golo fácil por
intermédio de Mauro Bastos.
O possante
avançado de 34 anos aproveitou uma infantilidade da fatigada defesa do
Académico, ganhou três ressaltos consecutivos, e apareceu cara-a-cara com o
guarda redes Ricardo Janota mas rematou fraco e à figura, para desespero total dos
adeptos da casa.
Ainda estava a
multidão de mãos na cabeça quando soou o apito a anunciar as penalidades.
Com todos os
jogadores abraçados ombro-a-ombro no meio campo e com o Oriental a enviar o
primeiro penalty contra o poste, os Academistas fizeram um trabalho
irrepreensível da marca de nove metros.
Destaque para o
defesa esquerdo Marco Lança que não marcava um golo desde os juniores e
celebrou o seu penalty de forma peculiar, parando e erguendo os dois braços em
jeito de desafio, como que anunciando a estocada final que aí vinha.
Foi João
Martins, que lutou muito no meio campo durante todo o jogo, que a desferiu,
dando alas à correria, aos abraços e à festa. Esqueçam as noites de Champions, o futebol é taça.